Pequenos Pelágicos

A Pescaria de pequenos pelágicos na Madeira

Esta pescaria é atualmente efetuada por um pequeno número de embarcações, licenciadas para o uso de redes de cerco, tendo como alvo principal a captura de um conjunto de espécies de peixes, pequenos pelágicos (designados localmente por ruama), nos quais se destacam, em função das quantidades capturadas e valor económico proporcionado, o chicharro (Trachurus picturatus) e a cavala (Scomber colias). Ocasionalmente são capturadas outras espécies, com relevância para a sardinha (Sardina pilchardus) e a boga (Boops boops.)

Não existe uma sazonalidade marcada nesta pescaria. Os desembarques são condicionados fundamentalmente pela presença e abundância do recurso nas áreas de pesca, condições ambientais e meteorológicas e pela capacidade limitada de absorção e valorização do pescado pelo mercado. De referir que esta pescaria é diretamente afetada pelos ciclos lunares, sendo que a fase de lua cheia é limitante para este tipo de pesca, por esbater a eficácia da atração luminosa (candeio).

A frota licenciada para a captura de pequenos pelágicos, através da pesca de cerco, é atualmente baseada fundamentalmente nas capturas efetuadas por três embarcações ativas, do segmento de comprimento 18-24 metros, que utilizam como fonte de atração dos cardumes o engodo feito a partir de pescado moído e fontes luminosas (candeio).

A rede de cerco pode atingir uma altura e comprimento máximos de 120 e 700 metros respetivamente, com malhagem nunca inferior a 16 mm, excetuando-se o cerco para bordo com malhagem igual ou superior a 8 mm, comprimento até 400 m, medidos na cortiçada e altura máxima de 70 m, para a pesca de pequenos pelágicos destinados exclusivamente à utilização como isco vivo.

As operações de pesca envolvem, habitualmente, uma embarcação auxiliar (popularmente conhecida por “chalandra” ou “chata”) que fixa os cardumes atraídos pelo chamariz luminoso e engodo durante as operações de lançamento da rede e cerco.

 A captura de pequenos pelágicos é efetuada também, por algumas embarcações que usam como arte de pesca, as linhas de mão.

A pesca de cerco de pequenos pelágicos é efetuada em pesqueiros situados na faixa costeira, para fora da batimétrica dos 50 m, em regra a distâncias entre 1 a 2 milhas, sobretudo na costa sul da Madeira. Embora possam ocorrer esporadicamente lances de pesca noutros locais, as principais áreas de pesca frequentados pelos cercadores são o pesqueiro dos Picos, frente ao Cabo Girão e a área entre a Calheta e o Paul do Mar.